Volltext: Martim de Bohemia (Martin Behaim)

« Neste anno, de novo me mandou o rei a Flandres (sic), ao filho do rei. 
«Durante a viagem fui aprisionado no mar alto e conduzido para Inglaterra com 
«todo o dinheiro, na importancia total de 160 gulden, destinado ao pagamento 
«das minhas despezas, ficando alli detido cêrca de tres mezes, por via do jo- 
«ven rei de Inglaterra que está presentemente com o rei dos romanos onde 
«tem a sua côrte. Durante a minha detenção apanhei febres e, por duas vezes, 
«preparado para morrer, tive na mão um cirio acceso, Depois de restabelecido, 
«secretamente, durante à noute, me transportou para França um pirata, Soffri 
«graves prejuizos nos meus haveres, mas, graças à Deus, livrei-me com pe- 
«queno custo, Por mercê do altissimo a. febre deixou-me completamente e, se 
«Deus quizer, espero estar novamente de volta entre a Paschoa e o Pente- 
«coste (entre 30 de março e 18 de maio de 1494), depois de ter sido liqui- 
nada a importancia do assucar exportado por meu sogro. . 
«Se algum de vós desejar escrever-me, queira dirigir-me à sua carla para 
«o commissario do Rei de Portugal, aqui em Antuerpia ou aqui em Bruges, 
«(sic). O endereço das cartas deve ser, em lalim, da seguinte fórma: «Duo 
«Martino Boheimo Mitilt, in Ulisbona alemano, regio portugaliae genero ca- 
pitanij insularum azores faial, e pico et insularum flemeagrem ubi, ubi 
«sil, etc, À casa do commissario real tem porta contigua com a do Veli em 
+ Antuerpia, 
Mertaim Behaim.» 
ITEM 
«Querido Primo. Depois da data acima, fui obrigado a antecipar o meu re- 
*gresso para Portugal, trazendo a presente carta commigo. Louvado seja 
«Deus! Estou são e salvo junto do meu sogro, onde, se Deus quizer, ficarei 
«até ao Pentecoste (7 de junho de 1495). O lr, Jeronymo vos dirá o que ha 
«a meu respeito » 
Este post-sepriptum não tem data, mas como «dr. Jero- 
nymno» claramente se identifica com «dr. Hieronimus Mon- 
terarius» (V. c. 1), e este só chegou a Lisboa em fins de no- 
vembro de 1494, deve ter sido escripto posteriormente a 
esta epocha. Durante nove mezes, portanto, deve Behaim ter 
andado com o texto d'esta carta ! 
Esta missão apocrypha muito picou a curiosidade dos bio- 
graphos de Behaim. 
Murr (pag. 119) insinúa que o «filho do rei», a que se 
refere Behaim, deve ser D. Jorge, filho natural de D. João II, 
A isto objecta, porém, S. F. de Mendes Trigoso (loc. cit. pag. 
388): «o que é um manifesto engano, pois nunca D. Jorge 
esteve em Flandres nem até á morte do seu pae sahiu d'es- 
tes reinos». E' facto averiguado que n'aquella data D. Jorge, 
então um adolescente de treze annos, assistia socegada- 
mente no paço real, onde, em novembro de 1494, o encon-
	        
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