«natural de la isla Fayal» e um «cierto estrecho de mar no
«conocido hasta antonces de ninguna persona».
Francisco Lopez de Gomara, na sua listoria de las In-
dias (Saragoça, 1552, c. 91) está bem informado ácêrca da
supposta «carta de marear» de Behaim, mas, prudentemente,
ajunta: «aquella carta no ponia Estrecho ninguno, à lo que
«oi decir, sino el asiento de las Molucas: si ià no puso por
«Estrecho el Rio de la Plata o algun otro gran Rio de
«aquella Costa».
Foi, sem duvida, a asserção de Pigafetta que levou Guil-
laume Postel, distincto orientalista, nascido em 1510, a es-
crever no seu Compendium geographicae disciplinae (Basel,
1561, c. 2) «Martini Bohemi fretum, a Magalianesio Lusi-
«tano alias nuncupatum». É evidente ter elle considerado
Behaim o «hypothetico» descobridor do estreito, da mesma
fórma como fez Urbain Chauvetin nas suas annotações a
uma traducção latina da obra de Benzoni, La Historia de:
mondo novo (IL. m, c. 14), publicada em Genova em 15781,
exemplos estes seguidos por uma chusma de compiladores.
É, evidentemente, muito possivel que Fernão de Maga-
lhães tivesse visto uma carta tendo representado o tal es-
lreito, pois este tambem se encontra no globo preparado
por Schôner em 1515. Behaim não podia, porém, dispôr de
uma tal carta, pois, na data da sua morte, a costa da Ame-
rica meridional só estava delineada até ao rio Cananea, a
25º de lat. S. e, até então, não se descobrira um estuario,
como o do Rio de La Plata, ou uma bahia comparavel á de
3. Mathias, susceptivel de se confundir com a abertura do
estreito.
O traçado de Schôner traduz uma erronea interpretação
da Copie der Neuen Zeitung aus Presillg Landt, que é a
noticia de uma expedição aprestada em 1514 por Nuno
Manoel e Cristobal de Haro, a qual, provavelmente, singrou
até á Bahia de S. Mathias para além do Rio de La Plata ?.
No tempo de Behaim, havia, como é nature, cartas fa-
tendo antever a possibilidade de attingir as ilhas da India,
1 V. Murr, Diplom, Geschicte, 1801, pag. 84. V. Ghillany, Martin Behaim,
pag. 63.
? Wieser, Magalhães Strasse, 1881; Hiibler, Zeitsch, f. Iirak, 1895, pag, 352.